A alma de toda gente é ventre de visões
de amores, de ventura e de consolações,
da suprema esperança, e das visões da glória,
da ânsia de merecer os louros da vitória.
Porém, ai de quem sonha! Em seu caminho o espera
o feroz Desengano; e a negra e bruta fera
da Oposição, que à espreita, anda, e que sem demora,
garras e presas pronta, a quem puder devora.
Ai de quem sonha! Sempre a vida lhe é amarga,
padece quando luta, o pranto a voz lhe embarga,
a força da procela age por o curvar...
Ilusões todos têm; poucos podem voar.
Sim, sempre há de soar mais alto o nosso grito
quando no coração trouxermos o infinito.
Nós sabemos voar – trovão e tempestade
se ergueram contra nós, em meio à soledade
da nossa Estrada dura, em provações e pedras,
onde, Decepção, tu como cardo medras.
Nós sabemos voar – a inércia superamos
e nos erguemos no ar, sobre tudo pairamos.
Nós sabemos voar – maior é nossa mente!
Nós sabemos voar – voaremos novamente!
Sim, sempre há de soar mais alto o nosso grito,
porque no coração trazemos o infinito.
Filipe Cavalcante
12.11.2010
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